Vantagens e desvantagens do Teletrabalho – Considerações finais
BY: Mônica Girão
Psicologia / Saúde Mental
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Por: Mônica Girão
O artigo registra um novo e revolucionário panorama nas relações de trabalho. O mundo globalizado conduz a uma nova realidade em que o trabalho passa a ser
praticado de formas bastante diversificadas em relação às práticas trabalhistas tradicionais. Todo esse novo contexto se consolida em função dos grandes avanços tecnológicos vivenciados intensamente nas últimas décadas.
Desta forma, termos do tipo “autônomo”, “centro satélite”, “centro local”, “escritório virtual”, “negócios em casa”, “teletrabalho”, “teletrabalhador” e “trabalho flexível” cada vez mais passarão a fazer parte do nosso cotidiano, passando a sociedade a usufruir das diversas vantagens desse novo e revolucionário ciclo das relações de trabalho.
Muitas são as vantagens e desvantagens para as os trabalhadores, para as organizações e também para a sociedade, que têm sido apontadas pelos estudiosos do assunto.
Como vantagens para os teletrabalhadores destacam-se a autonomia, a diminuição do absenteísmo, respeito ao seu biorritmo, a redução do tempo de deslocamento para o local de trabalho, minimizando o estresse que normalmente o trânsito provoca e utilizando este tempo para atividades de lazer. Além disso, reduz despesas com deslocamento, com vestuário e mesmo com refeições e permite ainda maior convivência com a família.
Baseando-se apenas nesta análise, é possível afirmar que o teletrabalho se apresenta como uma forma de se obter mais satisfação e contribui positivamente para a qualidade de vida do trabalhador, questão levantada neste trabalho. Mas as análises apresentadas também apontam desvantagens importantes que precisam ser avaliadas. São elas: isolamento social, a dificuldade de se administrar o tempo, déficits de proteção jurídica, surgimento de empregos que oferecem menos vantagens econômicas e sociais, possíveis interferências na vida familiar. Além de que a distância dos centros de decisão provoca menos visibilidade para as chefias, podendo com isso limitar as oportunidades de promoção e aumentos.
Para as organizações, as vantagens incluem a redução de custos – energia, telefone, equipamentos, espaço, iluminação, aumento de produtividade gerada por uma maior satisfação ao trabalhador, maior facilidade de recrutamento de pessoal, visto que não há limitações geográficas e isso aumenta o universo de candidatos.
As desvantagens se apresentam pelo menor controle da empresa e menor possibilidade de avaliação de desempenho in loco, gastos com qualificação nas ferramentas tecnológicas, enfraquecimento e mesmo destruição da unidade da empresa pela falta de contato; se o teletrabalhador trabalha para outras empresas, isso gera uma diminuição de comprometimento com a primeira organização e dá espaço para quebra de confidencialidade em função de que o trabalho que “corre” pelos meios digitais pode ser acessado por hackers ou pode ser perdido por problemas técnicos, roubos, perda de equipamentos portáteis, etc.
Para a sociedade, as vantagens iniciam-se com a desconcentração dos centros das cidades, melhor distribuição demográfica, criação de empregos, aumento de produtividade, economia do consumo de combustíveis que se reverte em menos danos ao meio ambiente, da poluição e dos congestionamentos no tráfego. Uma outra vantagem é a inclusão de pessoas menos favorecidas por dificuldades diversas – deficiências físicas, idade, etc – no mercado de trabalho, visto que não há necessidade de deslocamentos.
O teletrabalho pode propiciar a descentralização apenas de empregos menos qualificados e também provocar impacto negativo no mercado imobiliário, afetando assim a sociedade como um todo.
Embora esta nova forma de trabalho pareça ser irreversível, o que se percebe é que ainda não há unanimidade em relação às suas vantagens pois, como visto, o teletrabalho se mostra como uma moeda de dois lados. Por outro lado, os efeitos positivos na qualidade de vida do trabalhador minimizam as desvantagens apresentadas.
Tudo parece indicar que as desvantagens passarão a ser cada vez mais administradas e superadas, levando a humanidade a uma nova época em que os hábitos trabalhistas tradicionais passarão a ser registros literários. É esperado que essa realidade ajude a sociedade a usufruir de um novo padrão de vida clamado em todos os cantos, face aos problemas inerentes aos aglomerados urbanos. O teletrabalho traça, portanto, um novo presente inimaginável a poucas décadas.
Respondendo à questão colocada neste trabalho, é possível dizer que o teletrabalho se apresenta como uma forma potencial de contribuir positivamente para a qualidade de vida do trabalhador, desde que as desvantagens apresentadas aqui sejam adequadamente administradas.
O psicólogo é um importante agente facilitador no processo de transformação do trabalho tradicional para o teletrabalho, agindo efetivamente em prol do bem-estar do trabalhador.
A reforma trabalhista recentemente aprovada traz grandes avanços à incorporação do teletrabalho aos relacionamentos modernos. Entretanto, muitas demandas judiciais certamente ainda ocorrerão, diante de diversas lacunas em um processo evolutivo, cujas práticas trarão sua consolidação gradativa. Se vislumbra que o tema estará em constantes ebulições, nas próximas décadas, requerendo monitorações, aprimoramentos e adaptações.
E as ebulições veio em menos de uma década, com a chegada do COVID 19, o isolamento social, todos trabalhando home office de repente, algumas pessoas no início entusiasmadas por estarem realizando um sonho de trabalhar em casa, poder fazer sua gestão do tempo, trabalhar de qualquer local todas as vantagens foram brilhando os olhos de muitos trabalhadores, as empresas tentando se organizar para o “novo modelo de trabalho” uma coisas para eles era ter alguns trabalhadores home office, mas do nada todos em casa? Foi um verdadeiro choque de realidade para ambas as partes.
Hoje estamos a exatos 10 meses de pandemia, algumas empresas voltaram as atividades normais, outras optaram em entregar o escritório e permanecer com o home office, pois perceberam que o trabalho estava fluindo, outras ainda não retomaram pois estão aguardando a vacina e poderem ter mais segurança para retomarem as atividades 100% segura para os seus trabalhadores.
Atuando hoje como psicóloga clínica, ouço vários relatos dos pacientes no início da pandemia, trabalhadores falando das vantagens de estar em casa, ter a flexibilidade de horário, trabalhar no conforto do seu lar ou de qualquer outro lugar. Com o passar dos dias, a “novidade” foi passando, a realidade de acordar e trabalhar no seu lar já não estava tão prazeroso, a falta do convívio social, o contato só através de telas, o excesso de reuniões, as cobranças internas e externas, a ansiedade aumentando, estresse, esgotamento mental, depressão, síndrome de Burnout, a saúde mental do trabalhador cada dia mais abalada e o tão sonhado home office não está um ambiente saudável. Para isso a importância das empresas investirem 100% na saúde mental dos seus trabalhadores, pois são tempos difíceis e se sua peça mais rara (funcionários), não forem cuidadas como vão andar os negócios? Deixo aqui essa reflexão e tenho certeza que esse tema ainda vai gerar muita pesquisa, quem sabe um TCC de um mestrado e doutorado? O céu é o limite!!!
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23/09/2021
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14/12/2021